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O QUE É LEGIÃO ESTRANGEIRA?

 

Uma legião estrangeira é um destacamento militar criado por um país, e formado por voluntários estrangeiros. Uma vez que os seus membros estão permanentemente em serviço, não seguem a mesma estrutura de um regimento padrão.

Historicamente, muitos países possuíram destacamentos desse tipo, como, por exemplo, a "King's German Legion" (Legião Germânica do Rei) da Grã-Bretanha bem como noBrasil, durante o a Guerra do Paraguai, Corpo integrante da Marinha do Brasil - Imperial, no famoso Corpo dos Imperiais Marinheiros, e/ou também chamados "Voluntários da Pártia", em que fuguram ruas, viadutos, pontes e colégios (Grupos Escolares ), no Brasil inteiro; com nome desse heróico Corpo - Militar, de grande Relevância - Nacional.

Atualmente, no mundo, apenas a Espanha e a França mantêm ainda esses destacamentos militares de grande desempenho, as chamadas legiões estrangeiras, sendo que somente a última continua aceitando novos voluntários e atuante.

Normalmente, usa-se a expressão Legião Estrangeira em alusão à legião estrangeira francesa, a mais conhecida e atualmente em desempenho, desconhecendo que este Corpo era comum na antiguidade.

A Legião Estrangeira Francesa é uma unidade militar da França, criada no século XIX, atualmente uma tropa de elite. É a mais famosa legião estrangeira ainda em operação no mundo.

A sua função sempre foi a de defender os interesses da França junto às suas colônias na África, no oceano Pacífico, na América do Sule no Caribe.

 

História

A primeira Legião (1831)

Após o Congresso de Viena (1815), a Europa como um todo conheceu um período de turbulências e agitações. Na França, após a Revolução Liberal de 1830, o rei Carlos X de França foi deposto e as tropas estrangeiras que estavam sob o seu controle passaram a servir a Luís Filipe I de França que as transformou na Legião Estrangeira Francesa, a conselho do marechal Soult, ministro da Guerra, por Decreto de 10 de março de 1831:

"Louis Philippe, Roi des Français. Ordennance du 10 Mars 1831. A tours, présents et à venir, salut. Sur le rapport de nobre Ministre, Secrétaire d’Etat au Département de la Guerre, Nous avons ordonné et ordonnons ce qui suit: Il sera formé une légion compossé d’etrangers. Cette Légion prenda la dénomination de Légion Etrangère."

Reuniam-se, deste modo, os diferentes corpos estrangeiros do Exército francês, incluindo as Guardas Suíças (oriundas da Paz Perpétua, assinada em 1516, após a Batalha de Marignano), e o Regimento Hohenlohe. As antigas Guardas Suíças e o Regimento Hohenlohe constituíram o 1º Batalhão; os 2.º e 3.º batalhões foram destinados a receber suíços e alemães; o 4.º, a espanhóis e portugueses; o 5.º, asardos e italianos; o 6.º, a belgas e neerlandeses; e o 7.º, a polacos.

Com esta medida, o governo esperava que uma força composta principalmente por estrangeiros pudesse absorver a massa de refugiados que nos últimos anos vinha inundado o país. Pesou na decisão a possibilidade de a nova força poder ser enviada para defender os interesses neocoloniais Franceses naArgélia, liberando as tropas regulares para proteger a figura do rei no trono da França.

O local escolhido para sediar a nova força foi a povoação de Sidi Bel Abbès, na Argélia. Na França, os primeiros quartéis da Legião foram implantados em Langres, Bar-le-Duc,Agen e Auxerre.

De início, a Legião constitui-se em um meio eficaz para retirar aos elementos mais indesejáveis da sociedade francesa do século XIX. As suas fileiras foram preenchidas com criminosos, fugitivos, mendigos e imigrantes indesejados. A formação de um legionário era muito precária. O seu equipamento, vestuário, alimentação e soldo eram sumários, razões que não despertavam lealdade ou motivação. Os homens que se juntavam à Legião, faziam-no mais por desespero ou instinto de sobrevivência do que por patriotismo. Por essa razão, as primeiras campanhas provocaram severas perdas entre as suas fileiras. Para contornar esses problemas imediatos a Legião desenvolveu uma disciplina muito severa, excedendo em muito aquela imposta às tropas francesas regulares.

A Nova Legião (1835)

Ainda em 1835, a 16 de dezembro, o soberano francês criou uma nova Legião Estrangeira, passando a antiga a ser conhecida como "a antiga Legião". Formaram-se, desse modo, três batalhões, para sustentar as posições francesas na Argélia. O primeiro foi formado em Pau, assumindo Marie-Alphonse Bedeau o comando, a 3 de fevereiro de1836. Com um mês de atraso, o Estado-maior do batalhão e as duas primeiras companhias foram formadas. Seis outras companhias foram formadas no mês de junho desse mesmo ano. No mês de agosto, entretanto, o batalhão foi dissolvido, tendo o governo proposto aos oficiais, suboficiais e legionários irem servir na Espanha, nas fileiras daDivisão Francesa Auxiliar, que ali combatia há um ano. Os voluntários para a Espanha constituíram um novo batalhão, que se dirigiu a Pamplona, sob o comando do Tenente-coronel Conrad.

Ainda assim, estrangeiros continuam a ser recrutados pelo Exército francês, sendo formadas novas companhias de depósito em Pau. Em outubro de 1836, um total de seis companhias estava formado, logo seguidas por mais duas em novembro. O novo batalhão foi colocado sob o comando de Bedeau. A 5 de dezembro o batalhão partiu de Pau para Toulon, onde embarcou para a Argélia.

O segundo batalhão foi formado em Julho de 1837. Após a tomada de Constantina, em Outubro de 1837, durante a qual o primeiro batalhão se destacou, Bedeau foi promovido a Tenente-coronel, sendo autorizada a formação de companhias de elite. Posteriormente, em 1840, diante do retorno dos sobreviventes da guerra na Espanha, foram criados um quarto batalhão (em Pau) e um quinto batalhão (em Perpignan), para reforço das tropas no Norte de África. Em recompensa pelos seus feitos de armas, a Legião recebeu, a 17 de Junho de 1840, a bandeira que tinha sido entregue, em 1832, à primeira Legião.

A nova Legião lutou no norte da África, na Guerra da Crimeia (1853-1856), na Itália (1859), no México (1863), na Guerra Franco-Prussiana (1870) e em muitas campanhas coloniais. Do mesmo modo, teve papel importante nas duas guerras mundiais, consolidando a sua reputação. Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) perdeu 115 oficiais e 5.172 legionários, sendo o seu Regimento de Marcha o mais condecorado do Exército francês. Na Guerra da Indochina, na Batalha de Dien Bien Phu (1954), sete batalhões da Legião foram subjugados pelo Vietminh, sem jamais se renderem. Posteriormente atuou novamente na Argélia e na crise do Canal de Suez (Egito, 1956).

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